Evento teve como finalidade discutir e buscar soluções para a cidade
“Meus parabéns, isso é inédito!”. Com essa frase, o vereador e pré-candidato à Prefeitura de Indaiatuba, Bruno Ganem, mediador do evento, deu início ao 2º Fórum Planejando o Futuro de Indaiatuba que lotou o plenário na noite de terça-feira, 17. “É nesta Casa que faço eventos de cidadania há oito anos. Eu já fiz reuniões aqui para discutir trânsito, saúde, que reuniram apenas duas pessoas. E hoje estamos aqui, com a Câmara lotada”, acrescentou Ganem. De acordo com os organizadores, a solenidade contou com a presença de 500 pessoas, e a participação de mais de dois mil internautas, que puderam acompanhar a transmissão feita ao vivo pelo Facebook.
A mesa reuniu especialistas de diferentes áreas, como Humberto Laudares, graduado em Ciências Sociais pela USP e Administração de Empresas pela FGV. “Eu já vi a Câmara cheia, mas hoje está incrível”, afirmou. Mestre em Política Econômica pela Universidade Columbia (NY), o professor e consultor de governos e organizações na área de políticas públicas e desenvolvimento se disse satisfeito com a iniciativa do evento: “Pessoas como o Bruno deveriam ‘pipocar’ em todo o país e melhorar a política brasileira”, afirmou.
Para o economista Leonardo Monteiro, o fórum é tão importante quanto a participação popular. “Hoje vivemos esse momento de crise, não só econômica, mas também social e política, e é muito importante debatermos soluções”. Especialista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públicas, funcionário de carreira da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, e membro do Conselho da Associação dos Gestores Públicos do Estado de São Paulo, Monteiro integrou a equipe na mesa de debates.
A médica ortopedista Andrea Oliveira, convidada para discutir assuntos relacionados à saúde, elogiou a presença tão massiva de participantes. “As pessoas não estão só no celular, não estão só nas redes sociais. E prova disso é que todos vocês saíram de suas casas e vieram aqui para discutirmos, juntos, assuntos importantes para a nossa cidade”, disse. Formada pela Santa Casa de São Paulo, a especialista em medicina do esporte e acupuntura pela Escola Paulista de Medicina e em cirurgia do ombro pela Unicamp, declarou que eventos com esse intuito são importantes “não apenas para fazermos os diagnósticos, mas também para sabermos quais são os tratamentos necessários para melhorar a saúde da nossa cidade”.
A mesa de debates contou também com a participação do economista William Massei, mestre em Ciência Econômica pela Unicamp e doutor em Ciências Econômicas pela USP. “Nosso encontro hoje é uma demonstração da mobilização que existe em Indaiatuba. É gratificante ver esse salão com tantos e tantos participantes”, elogiou.
O 2º Fórum Planejando o Futuro de Indaiatuba teve duração de aproximadamente três horas. Em uma breve apresentação, Bruno Ganem abordou questões econômicas e sociais da cidade, com gráficos que apontaram a situação da cidade em relação à RMC (Região Metropolitana de Campinas), em relação ao estado de São Paulo e em comparação com as demais cidades do Brasil.
“Todo ano sobra dinheiro em Indaiatuba. A saúde financeira da cidade vai muito bem”, afirmou Ganem, ao apresentar a relação entre arrecadação e gastos na cidade. “Nós precisamos pensar a cidade de maneira holística e integrada”, complementou.
Centenas de perguntas foram encaminhadas pela população – presente no local e também via internet. Saúde pública, moradia, transporte, coleta de lixo seletivo (lâmpadas fluorescentes) e questões relacionadas ao residencial Campo Bonito foram debatidos durante o evento.
“O nosso debate não acabou! Todos os questionamentos encaminhados neste Fórum e que não foram discutidos por uma questão de tempo serão respondidos na nossa página (www.facebook.com/brunoganem)”, garantiu Ganem.
População participa com sugestões
A mobilidade urbana sustentável é o grande desafio das cidades contemporâneas em toda a parte do mundo. Em Indaiatuba, isso não é diferente, porém é um problema que cresce juntamente com o número de habitantes. Esse foi um dos temas discutidos pela população durante o 2º Fórum Planejando o Futuro de Indaiatuba.
“Seria necessário implantar um planejamento de cidade sustentável, para poder ir contra esse crescimento desordenado do trânsito de Indaiatuba. Tem que direcionar a infraestrutura urbana, por exemplo, unificar os modais de transporte, e, principalmente começar a mudar a atitude do poder público, que precisa ser mais humana, quando digo isso tomo como referência a ciclovia do parque ecológico, que foi feita para lazer e não para transitar, porque o ciclista que precisa usar a barroca do parque para ir e vir do trabalho tem que enfrentar uma ladeira extremamente desgastante”, opina Charles Fernandes, arquiteto.
A área da segurança pública também foi alvo de questionamentos. “Penso como o vereador Bruno Ganem, que me surpreendeu com esse Fórum, ele tem boas ideias, e está muito bem orientado, preparado para melhorar a nossa cidade. O parque ecológico é lugar de esporte e lazer e precisa de viaturas da Guarda Municipal que façam apenas aquele setor, inibindo a ação de usuários e traficantes de drogas, assaltos e desordem”, destaca Marcio Marinho, funcionário da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, presente no evento.
O tema meio ambiente, que se faz extremamente necessário nos dias de hoje, ficou em evidência durante o fórum. Quase todo mundo sabe como descartar papel, metal, vidro e plástico, mas não sabe como fazer com remédios, eletrônicos e lâmpadas. Segundo Bruno Ganem, é necessário que existam pontos físicos de coleta para esses materiais. “Uma prática que se deve adotar e que vigora em caráter nacional desde 2010, quando foi aprovada a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), é a logística reversa, que define que as empresas são responsáveis por recolher seus produtos depois de serem descartados pelo consumidor, mas acredito que na prática, isso seja complicado, precisamos de algo mais concreto e ao alcance de todos, garantindo que os resíduos sejam eliminados de forma concreta”. Para a arquiteta Mariana Albuquerque, a realização de um ponto de coleta de lâmpadas fluorescentes, por exemplo, seria ideal. “Passei dois meses com uma caixa de lâmpadas em meu carro sem saber aonde descartar, levei em três locais possíveis e não consegui me desfazer do material”.
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