Com surpreendentes 6.202 votos, Bruno Ganem (PV), de 26 anos, foi o candidato mais bem votado.
DA REDAÇÃO – redacao@maisexpressao.com.br
As Eleições 2012 em Indaiatuba apresentaram poucas novidades, mas uma delas já entrou para a história recente de nossa cidade. Com surpreendentes 6.202 votos, Bruno Ganem (PV), de 26 anos, foi o candidato mais bem votado e confirmou sua presença na Câmara Municipal, depois de assumir como suplente no mandato anterior. Agora, apoiado pelo bom resultado das urnas, espera ampliar sua atuação na Casa contando com um importante aliado: a população.
Bruno não esconde a surpresa com o resultado das Eleições. “Me surpreendeu bastante. Tinha uma expectativa, mas não da forma que foi”, enfatiza. “Senti que, quando as campanhas bem estruturadas financeiramente falando foram às ruas, a minha campanha sumiu”. No entanto, a população reconheceu o seu engajamento e o contato direto com os eleitores. “Achava que conseguiria chegar aos três mil votos, mas não achei que candidato algum pudesse ultrapassar a barreira dos quatro mil votos”, revela.
Para o vereador, a conquista comprova o interesse da população local por política. “A votação expressiva que conquistamos é mérito da população, que se empenhou em procurar saber mais sobre o nosso trabalho e deu um show de democracia”, analisa. “Isto aumenta a minha responsabilidade dentro da Câmara. Espero responder à altura e até surpreender”, afirma.
Ganem quer criar novos canais de comunicação com a população. “Não me comprometi com coisas concretas, como hospitais e estradas. Isto é responsabilidade direta do Executivo. Vou lutar de uma maneira ampla”, conta. “Para ir além, é preciso criar mais canais, para que a população possa opinar”.
Pensando nisso, o vereador criou o Conselho do Vereador Bruno Ganem, um grupo de discussões no Facebook que reúne, até o momento, 26 integrantes. “Este Conselho será formado por pessoas do meu partido e outras que são representativas para a nossa sociedade”, afirma. “Serão 26 integrantes que irão analisar os projetos da Casa. Mas como em cada Sessão passam 10 projetos, teremos um ‘filtro’ e eu atuarei como mediador”.
O objetivo é deliberar os projetos mais complexos e envolver a população neste debate. “Aqueles projetos mais simples, desde que não criem polêmica dentro do Conselho, não serão deliberados. Nos demais, quero estimular o debate entre os conselheiros e, principalmente, a nossa população”, confirma. “Meu voto será decidido com base nestas discussões”.
Bruno conta com o apoio da população. “Quero que a participação seja grande. Caso contrário, daremos margem para manipulações. Se o projeto for debatido, automaticamente quero ser o porta-voz da população”, garante. “Queremos a participação cada vez maior de pessoas com visão crítica e com boas sugestões para o município. Nossas decisões serão um reflexo deste debate. Quero eliminar qualquer subjetividade”.
Mesmo buscando o maior envolvimento da população, Bruno não crê em aumentar a frequência de público nas Sessões Ordinárias que acontecem todas as segundas-feiras no auditório da Câmara Municipal. “Não tenho a ilusão de que as pessoas virão em massa para participar das Sessões Ordinárias”, comenta. “Mas esperamos que as pessoas acompanhem as discussões pela internet. Não é ilegítimo participar por esta ferramente. A Lei da Ficha Limpa é uma prova disso”, destaca.
O vereador garante que grupos do Facebook como o Indaiatuba Ativa e o Política Indaiatuba serão convidados a participar destes debates, mas faz um lembrete: caso ocorra um empate nos votos pela aprovação ou não de determinados projetos, o voto decisivo será o dele. Bruno lembra ainda que manterá o Café da Cidadania. “Um jornal da cidade afirmou que o Café era pago pela Câmara e não era. Isto criou uma certa rejeição e afastou quem não se propôs a conhecer o projeto”, lamenta.
Alicerces
Neste primeiro momento, Bruno estabelece três alicerces para o seu trabalho: Trânsito, Defesa Animal e Saúde Pública. No Trânsito, já deu início às discussões se reunindo com lideranças do Observatório Nacional de Segurança Viária, uma organização não governamental que reúne pessoas de diferentes áreas que, preocupadas com os altos índices de acidentes, decidiram desenvolver e gerir ações de segurança viária e veicular.
“Temos que nos concentrar em diminuir o número de mortes no trânsito”, afirma Bruno. “Se tivermos que discutir e decidir medidas sobre segurança ou mobilidade no trânsito, serei a favor da segurança, especialmente quando falamos de motos”. A intenção é criar políticas públicas que diminuam os números de acidentes. “Queremos traz um debate mais técnico. O Observatório não se envolve com políticos, mas usa a política como ferramenta transformadora”, conta. “E como vereador, quero ajudar da melhor maneira”.
Promover um Censo Animal também é prioridade. “Estive reunido com o vereador Roberto Trípoli, líder do PV em São Paulo, para discutir melhoras nas políticas públicas para defesa animal”, conta. “Percebi que muito do que vínhamos fazendo estava errado, como nossos pedidos por uma Delegacia de Proteção Animal e a questão da castração”.
Bruno explica. “Está errado porque não está ligado a um plano maior, que envolve o Censo Animal. Precisamos determinar a quantidade e características dos animais em Indaiatuba, além de detalhes de distribuição pelos bairros da cidade”, afirma. “E podemos fazer isso em parceria com faculdades locais. Somente assim poderemos estabelecer políticas públicas eficientes”, analisa.
A Saúde Pública é outra preocupação. “Em conversa com o Cebolinha (Luiz Alberto Pereira, do PMDB, novo Presidente da Câmara), tivemos a ideia de visitar o Hospital Augusto de Oliveira Camargo (Haoc) e alguns Postos de Saúde”, confirma. “A saúde do município passa por um momento de transição e creio que os investimentos feitos até agora não atacaram a raiz dos problemas, que envolvem a falta de pessoal e o número de leitos”, enfatiza. “Precisamos de mais médicos, enfermeiros e um corpo administrativo formado por pessoas competentes dentro da área”.
Bruno também espera maior envolvimento do Estado. “Reformar o PS do Haoc não é o único caminho. Estamos falando de uma entidade que presta serviços ao município”, lembra. “Podemos pensar em um Hospital Público Estadual, como acontece em outras cidades da região”.
Para encerrar, o vereador espera uma afinidade maior entre os poderes. “O Executivo precisa colocar em prática as leis do Legislativo. Isto não vem acontecendo e é grave”, aponta. “Por outro lado, o Legislativo precisa aprovar menos projetos, de maior qualidade, para então poder cobrar que eles sejam colocados em prática”.
Fonte: Jornal Mais Expressão – 18/01/13
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